O caminho da normalização da vida colectiva tem de ser feito também pela luta dos trabalhadores e suas organizações. O aproveitamento vergonhoso da situação pandémica, flagrante na Refinaria de Sines tanto pela Galp como pela MARTIFER deve encontrar uma resposta determinada dos trabalhadores ao clima de repressão levado a cabo por mandaretes que servem interesses inconfessáveis numa escura teia de interesses e que apenas servem o aumento da exploração.
O oportunismo por parte dos patrões revelou-se em todas as instalações industriais do Complexo em que a face mais visível foi a chantagem sobre os trabalhadores, aproveitando a situação de desemprego generalizado para reduzir os valores/hora praticados e de levar à prática uma série de outras arbitrariedades que não seriam possíveis numa situação dita normal – não pandémica.
OS INVESTIMENTOS PARA CRIAR EMPREGO E RIQUEZA
A Galp anunciou, ainda que de forma envergonhada, investimentos de 500 milhões de euros até 2025 e que finalmente abre uma perspetiva de desenvolvimento para a Refinaria. Ainda falta saber como esses investimentos se vão repercutir no emprego e sobretudo na necessária eliminação da precariedade que impera na manutenção industrial.
A Repsol também tornou público mais de 600 milhões de euros em investimentos com a consequente criação de postos de trabalho diretos e indiretos. Faltou apenas esclarecer quem são os trabalhadores indiretos, isto é, se assim são considerados os trabalhadores permanentes, mas contratados por conta da máquina exploradora dos trabalhadores que está montada no complexo industrial em torno da manutenção industrial nas principais instalações.
Mais que anunciar investimentos, é importante concretizá-los e em particular, na vertente social e de criação de riqueza, empregos, eliminação da precariedade e aumento dos salários.
Os trabalhadores da Central Termoelétrica e da Refinaria do Porto não serão esquecidos e continuam a ser um exemplo pela negativa do processo destrutivo a que o Governo dá o nome de transição energética.